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Quem Será o Vice-Campeão na Fórmula 1 2022?

Max Verstappen sagrou-se campeão da Fórmula 1 na temporada 2022 ao vencer o controverso Grande Prémio do Japão, em Suzuka, marcado pela chuva e pela atribuição total de pontos apesar de a distância não ter sido percorrida.
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Diogo Cardoso
Publicado em:calendario
15/11/22

Max Verstappen sagrou-se campeão da Fórmula 1 na temporada 2022 ao vencer o controverso Grande Prémio do Japão, em Suzuka, marcado pela chuva e pela atribuição total de pontos apesar de a distância não ter sido percorrida. Duas vitórias convincentes nos Estados Unidos e no México solidificaram o domínio do holandês da Red Bull esta época. Todavia, nas duas corridas que ainda faltam até ao final da temporada, está por decidir o vice-campeonato. O mexicano Sergio Pérez, colega de Verstappen na Red Bull, e o monegasco Charles Leclerc, inicialmente candidato ao título com a Ferrari, posicionam-se. Qual dos dois terminará no segundo lugar do campeonato de Fórmula 1 de 2022? Os apostadores preparam também os últimos prognósticos da época.

Os adversários e os pontos disponíveis

Antes do Grande Prémio do Brasil, Pérez é segundo classificado no campeonato, com 280 pontos, cinco a mais que o Leclerc. Tendo em conta o sistema de pontuação atual, que atribui 25 pontos à vitória, 18 ao segundo lugar, 15 ao terceiro, etc., com pontos até ao 10.º classificado, parece óbvio que está tudo em aberto. Recorde-se que é atribuído 1 ponto ao autor da Volta Mais Rápida da corrida (desde que se classifique até ao 10.º lugar) e 1 ponto ao vencedor. Mais importante ainda, no Brasil haverá uma corrida de sprint no sábado, que dará 8 pontos ao vencedor, 7 ao segundo e assim sucessivamente até ao 8.º. Na prática, são três as corridas pontuáveis até ao final da época, ainda que tenhamos apenas dois Grande Prémios e a “mini-corrida” de Interlagos.

Resultados recentes

Pérez e Leclerc saíram do Grande Prémio da Holanda empatados com 201 pontos, o que já refletia uma certa subida de forma tanto da Red Bull como do mexicano a meio da época. Vejamos os resultados recentes de ambos nas últimas cinco provas, depois da Holanda.

Sergio Pérez

O mexicano somou 79 pontos, incluindo uma convincente vitória em Singapura num fim de semana em que tudo correu mal ao seu colega holandês. Numa prova com pista húmida, especialmente traiçoeira por ser em ambiente urbano e onde o menor erro valia um toque capital nos muros, Pérez conseguiu controlar de forma soberba o seu rival da Ferrari, que terminou bastante próximo. Foram três os pódios conseguidos pelo mexicano nestas cinco provas.

Charles Leclerc

Já Leclerc somou 74 pontos no mesmo período – uma diferença de 5 pontos que reflete o grande equilíbrio entre ambos desde o Grande Prémio da Holanda, do qual ambos saíram empatados com 201 pontos. O monegasco conseguiu quatro pódios e tem-se revelado muito consistente, mantendo-se como claro líder de equipa na Ferrari. A exibição pobre da equipa de Maranello no México explica-se pelo caráter atípico do circuito Hermanos Rodriguez, quer em termos de comportamento dos pneus quer pela elevada altitude (situada num planalto, a Cidade do México encontra-se acima dos 2200 metros, mais alta que a Serra da Estrela, o que influencia o comportamento dos motores em relação ao que é habitual).

O que esperar dos candidatos nos dois últimos Grandes Prémios?

Tanto Leclerc como Pérez estão a pilotar, neste momento, no máximo que as suas capacidades mostraram ao longo da época. Apesar de ocasionais erros, que terão pesado psicologicamente em si próprio e na equipa, Leclerc continua a não deixar grandes dúvidas de que é o número 1 da Ferrari. Pérez, sem conseguir chegar-se a Verstappen, tem-se mostrado também muito consistente.

As hipóteses de ambos dependerão em grande parte do comportamento dos monolugares em cada um dos circuitos que se avizinham.

Brasil

Interlagos é outro circuito de altitude relativamente elevada cujos resultados podem variar ligeiramente em relação à média do Mundial de Fórmula 1, ainda que não tanto como no México. A Red Bull tem conseguido resultados sólidos na pista de S. Paulo dos últimos anos.

A recente subida de forma da Mercedes deverá complicar as contas e deixar a Ferrari em desvantagem. Principalmente porque em São Paulo estarão em disputa não só os 25 pontos da vitória no Grande Prémio mas também os 8 pontos da “sprint race”.

Abu Dhabi

Também aqui a Red Bull e a Mercedes se têm distinguido em tempos mais recentes. E embora as características do circuito (boa qualidade do piso, traçado misto, altitude zero, etc.) não devam prejudicar a Ferrari, Sergio Pérez deverá mostrar-se em boa forma.

Recorde-se a forma brilhante como o mexicano, no limite das suas capacidades, “segurou” Hamilton na corrida que fechou a temporada passada e deu o título ao colega Verstappen – uma performance que lhe valeu o epíteto de “Ministro da Defesa”.

A nossa análise: quem será o vice-campeão?

As hipóteses estão com Sergio Pérez, por dois grandes motivos. O primeiro, como vimos, é o facto de as duas pistas e três corridas que se avizinham parecerem favorecer ligeiramente a Red Bull.

O segundo é a motivação de ambos. Charles Leclerc está evidentemente pronto a lutar por vitórias, mas já manifestou publicamente não estar especialmente interessado no vice-campeonato – é o título de campeão que lhe interessa e isso é impossível em 2022. Talvez isso tenha influenciado o seu resultado no México, onde acabou por ficar atrás de Sainz numa prova onde a Ferrari nem para o pódio mostrou possibilidades.

Já Pérez não fez declarações no mesmo sentido, e conta com o empenho da equipa. Ao contrário da Ferrari, a Red Bull já declarou publicamente que gostaria de terminar o campeonato com os seus dois pilotos nas duas primeiras posições. Trata-se de uma “cereja no topo do bolo”, pois a Red Bull já venceu títulos de Pilotos e Construtores antes, mas nunca com esta “dobradinha” de pilotos no campeonato. E o piloto mexicano, ciente desta exigência pública da equipa, estará pessoalmente empenhado a 100% nas corridas que faltam.

A que mais vale a pena estar atento nos dois últimos Grandes Prémios de Fórmula 1 de 2022

Além da competição roda a roda e curva a curva, há mais pontos de interesse para os fãs de Fórmula 1 e de apostas desportivas nas provas ainda em aberto.

Hamilton: um recorde tão incrível como desconhecido

Lewis Hamilton alcançou no primeiro Grande Prémio da época, no Bahrain, um novo recorde: o de concretizar pelo menos um pódio durante 16 temporadas consecutivas. Era uma estatística que o britânico partilhava com Michael Schumacher em 2021 (15 anos seguidos a conseguir pelo menos um pódio) e que reflete os longos períodos de domínio de ambos no desporto, bem como a capacidade de ultrapassar circunstâncias difíceis em anos menos bons. Recorde-se que, mesmo durante a terrível temporada de 2005, Schumacher conseguiu quatro pódios.

Mas falta o recorde de vitórias em anos consecutivos. Mais uma vez, Hamilton partilha o recorde com Schumacher (15 anos consecutivos a vencer pelo menos uma prova por ano). Para assumir o recorde a solo, o heptacampeão precisa de vencer uma das próximas duas provas. A avaliar pelo comportamento da Mercedes o ano passado em São Paulo, quem sabe se não acontecerá este fim de semana.

A título de curiosidade, recorde-se que os 15 anos seguidos de vitórias de Schumacher aconteceram entre 1992 e 2006, enquanto o “reinado” equivalente de Hamilton começou no ano seguinte (2007) e prolongou-se até 2021.

Ferrari e Mercedes

A Mercedes já declarou que vencer uma prova em 2022 é um objetivo a alcançar. Recompensaria o trabalho da equipa ao longo do ano e seria prova de que a equipa está no caminho certo para 2023. Não afirmou que o vice-campeonato de Construtores é um objetivo – mas não precisa de o fazer pois, ao contrário do que acontece com os pilotos, as equipas recebem prémios em dinheiro correspondentes à posição em que terminam no campeonato. Quanto mais alto terminarem, mais dinheiro recebem.

Há apenas 40 pontos de diferença entre Mercedes e Ferrari antes da prova brasileira. Na prova mexicana, os alemães somaram 13 pontos a mais que os italianos. Se algum infortúnio atingir um dos Ferrari numa das provas, a probabilidade de a Mercedes se aproximar no campeonato é considerável.

Três duelos acirrados no Campeonato de Construtores

Os prémios monetários em função da classificação no Campeonato de Equipas significam que praticamente todos os pilotos do pelotão têm de mostrar serviço, uma vez que existem três disputas em aberto.

Alpine vs McLaren

Alpine e McLaren estão separadas por apenas 7 pontos. No México, Esteban Ocon (Alpine) foi 8.º enquanto os McLaren foram 7.º (Ricciardo) e 9.º (Norris).

Alfa Romeo vs Aston Martin

Alfa Romeo e Aston Martin estão separadas por 4 pontos. A Alfa somou apenas 2 pontos nas últimas onze provas, enquanto Sebastian Vettel tem vindo a acumular posições pontuáveis e a aproximar a Aston da rival.

Haas vs Alpha Tauri

Haas e Alpha Tauri estão separadas por apenas 1 ponto! Não admira que Guenther Steiner, diretor da Haas, tenha exigido pontuações a Mick Schumacher nestas últimas provas para garantir a renovação do contrato. Schumacher somou metade dos pontos do colega Magnussen (12 contra 24) ao longo da época. E nas últimas provas, Pierre Gasly já conseguiu levar a Alpha a somar 35 pontos, contando com a pequena ajuda do colega Yuki Tsunoda que conseguiu um 10.º lugar nos Estados Unidos.

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Diogo Cardoso

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