Mourinho e Dybala: Roma pode ser a grande surpresa da temporada?

Noutros países, os clubes de futebol da capital contam-se entre os maiores e mais bem-sucedidos, mas a Itália é um país diferente. O AS Roma, símbolo da capital italiana e eterno rival da vizinha Lazio, é também eterno "aspirante" a desafiar o domínio dos "Três Grandes" do Norte, os de Milão (Inter e AC Milan) […]
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Rute Sousa
Publicado em:calendario
30/09/22

Noutros países, os clubes de futebol da capital contam-se entre os maiores e mais bem-sucedidos, mas a Itália é um país diferente. O AS Roma, símbolo da capital italiana e eterno rival da vizinha Lazio, é também eterno “aspirante” a desafiar o domínio dos “Três Grandes” do Norte, os de Milão (Inter e AC Milan) e a Juventus de Turim.

A contratação de José Mourinho prometia dar um “murro na mesa” e, logo à primeira temporada, valeu uma Liga Conferência. Para esta época chegou Dybala, vindo da Juventus.

Na época passada, Mourinho venceu 18 das 38 jornadas, marcando 59 golos (1,55 golos por jogo) e sofrendo 43 (1,13 golos por jogo). Os 63 pontos obtidos valeram o 6º lugar, a 23 pontos do título. Mas este ano tudo parece estar diferente, até porque os “Três Grandes” têm revelado dificuldades.

O Roma está bastante perto da frente da tabela – se bem que acompanhado por outros clubes em ascensão, como o Udinese, o Atalanta ou o Lazio.

Poderá haver uma surpresa? O que podem os apostadores esperar do Roma de Mourinho e Dybala ao longo da época? Analisemos, em seguida, o que pode vir a ser uma temporada memorável para o AS Roma.

As estrelas da companhia: Dybala e Mourinho

Apesar de a sua “estrela” ter empalidecido na última década, José Mourinho continua a ser “especial” e ninguém lhe retira os títulos já ganhos, numa carreira que já ultrapassa as duas décadas – e que alguns dos que o viram sair ingloriamente do SL Benfica em 2000 não suspeitariam.

A vitória na Liga Conferência 2021/22 já o coloca na história do AS Roma, mas ele quer mais – e o avançado argentino Paulo Dybala enquadra-se na estratégia.

Paulo Dybala

A expetativa era que Dybala viesse a ser a grande referência do ataque do Roma nesta época, e os números, até agora, confirmam-no. Se tivermos em conta todos os 14 golos marcados pela equipa em todas as competições (até 2 de outubro), o avançado argentino foi autor de 5; nenhum colega marcou mais de dois.

Na série A, dos 10 golos marcados pela equipa, Dybala apontou 4. Parece pouco?

Recorde-se que o campeonato italiano é conhecido pelas suas características defensivas. À data, o melhor marcador do campeonato é Marko Arnautovic (Bolonha), com 6 golos em 7 jogos. Depois vem o inevitável Ciro Immobile (Lazio) e Khvicha Kvaratskhelia (Nápoles), ambos com 5 golos e, com 4 golos, há cinco jogadores além de Dybala, incluindo o português Rafael Leão (AC Milan).

Problemas físicos

Os problemas físicos têm sido a “pecha” de Dybala nos últimos tempos. Já teve de estar ausente na sétima jornada (frente à Atalanta) devido a um problema muscular. Mas voltou em grande para marcar o golo do empate frente ao Inter, que havia de se transformar numa vitória por 1-2.

Na época passada, ainda na Juventus, esteve apenas em 29 das 38 jornadas do campeonato. Segundo o Transfermarkt, das nove ausências, oito explicam-se por problemas físicos, não tendo sido convocado apenas uma vez. Marcou 10 golos, registando uma média de 207 minutos por golo.

Tratou-se de uma época difícil para quem joga na Série A desde 2012/13, tem 102 golos marcados e uma média de 133 minutos por golo. Destaca-se a sua grande época de 2017/18, com 22 golos em 33 participações e uma média de 107 minutos por golo.

Dybala e Mourinho: alinhamento total

Sempre atento às estatísticas e à personalidade dos jogadores, Mourinho já tinha o argentino debaixo de olho.

De acordo com o jornal O Jogo, e citando o próprio Mourinho, na vitória da Juventus sobre o Roma por 4-3, o treinador ter-se-á aproximado do banco da Juventus para cumprimentar Dybala, dizendo-lhe: “és um fenómeno”. Esta aproximação inofensiva concretizou-se, no defeso, na passagem do argentino de Turim para a capital italiana.

Ainda segundo O Jogo, Dybala mostrou-se surpreendido com a humildade e a capacidade de trabalho do português e afirma sentir-se muito feliz na Roma. Este estado de espírito seguramente favorecerá o seu rendimento em campo.

E quanto a Mourinho?

O palmarés de Mourinho fala por si. Para além de todos os títulos conquistados, com destaque para a Liga Conferência que, além de ter sido obtido já ao serviço da Roma, é recente, os últimos números são positivos.

Em 2021/22, e compreendendo todas as competições, Mourinho disputou 55 jogos, tendo vencido 29 (percentagem de vitória de 52,73%, segundo o ZeroZero). A sua equipa marcou 95 golos (1,73 golos por jogo) e sofreu 62 (média de 1,13 golos por jogo).

Com um plantel com o 5º valor de mercado mais elevado da Série A na época transata, (480 milhões de valor total, segundo o Transfermarkt), Mourinho obteve a 6ª posição no final do campeonato, a 1 ponto do 5º (Lazio).

Na presente época, Mourinho leva 6 vitórias em 10 jogos (em todas as competições), com 14 golos marcados e 10 sofridos.

A percentagem de golos marcados é de 1,40, ainda abaixo da época passada, mas estando Dybala motivado, é provável que venha a aumentar. E a percentagem de golos sofridos (1,00 golo por jogo) é melhor – e sê-lo-ia ainda mais se não fosse uma infeliz e anormal goleada sofrida frente à Udinese a revelação da temporada, por 4-0.

Série A 2022/23

O valor de mercado do plantel romano mantém-se como o 5º mais alto, pelo que continua a ser prematuro esperar que a equipa venha a conquistar o 4º “scudetto” da sua história esta época (o último foi em 2000/01).

Porém, dadas as dificuldades que os “Três Grandes” estão a demonstrar e o equilíbrio que tem reinado na frente da tabela, não é de descartar uma surpresa. À 8ª jornada, e apesar de estar no 6º lugar, a equipa de Mourinho está apenas a 4 pontos do líder Nápoles – tantos quantos os pontos de distância para o 7º classificado, o Inter, com 12 pontos!

Liga Europa

A derrota contra o Ludogorets não escamoteia o facto de, com 4 jornadas na fase de grupos da Liga Europa pela frente, estar tudo em aberto para o Roma passar à fase seguinte.

A equipa com o terceiro plantel mais valioso da competição (atrás de Manchester United e Arsenal, segundo o Transfermarkt) terá certamente uma palavra a dizer, ainda que o favoritismo vá para os colossos ingleses.

Curiosamente, na época passada, a Roma era também a terceira equipa mais valiosa da Liga Conferência, atrás de Tottenham e Leicester, o que não impediu Mourinho de conseguir o título.

Que mercados favorecem o apostador que considera o Roma uma boa surpresa para esta temporada?

Na presente edição da Série A, o Roma apresenta estatísticas genericamente equilibradas. Os golos até agora marcados dividem-se igualmente entre a primeira e a segunda parte.

Não havendo evidências fortes para dizer se haverá mais golos numa parte ou noutra, conseguimos, contudo, identificar tendências em quatro mercados específicos que podem ajudar.

Total de Golos (Mais/Menos): guerra de paciência “à Mourinho”

Ao longo dos anos, e com ênfase na última década, José Mourinho tem sido acusado de ser um dos treinadores mais táticos e defensivos.

Apesar do prestígio associado às vitórias, Mourinho está associado à ideia do futebol moderno que procura a vitória em detrimento da “nota artística”, privilegiando o jogo defensivo, a neutralização do adversário e o rigor na concretização das (poucas) oportunidades criadas.

Para tal é necessária uma coordenação total entre as ideias do treinador e a atitude dos jogadores. Algo em que Mourinho era considerado especialista na década de 2000 e que parece ter recuperado no Roma, depois de vários episódios menos bons na década passada.

À 8ª jornada, o Roma tem apenas 10 golos marcados e 8 golos sofridos; um dos piores ataques nas equipas da frente da tabela e uma das melhores defesas. Destes 8 jogos, 4 viram menos de 2,5 golos (sendo a goleada sofrida frente à Udinese um claro “outlier”).

Apostas ao vivo: marcar primeiro e ganhar

Sendo esta a tendência habitual no futebol, o facto é que nos primeiros cinco jogos do campeonato nos quais o Roma se viu na frente do marcador, venceu-os todos no final.

Boas possibilidades quanto a reviravoltas

Ganhar depois de estar a perder é bastante mais difícil para qualquer equipa. Isto faz com que as odds de apostas deste género sejam mais valiosas.

Não estando na frente desta “tabela”, ainda assim o Roma consegue (de acordo com o Transfermarkt) ser a 6ª equipa mais eficaz a dar a volta ao resultado, à 7ª jornada.

Nas quatro ocasiões em que tal aconteceu, ainda conseguiu um empate e uma vitória – esta última de belo efeito, contra o Inter e no San Siro!

Conseguirá Mourinho, com a ajuda de Dybala (que marcou o golo do empate em Milão), repetir esta proeza ao longo da época?

Vencedor do Jogo: eficaz a jogar fora

Das primeiras cinco vitórias obtidas pelo Roma nesta época na Série A, três foram na condição de visitante. O Transfermarkt coloca esta equipa como a 3ª mais forte da Liga à 7ª jornada e de acordo com este requisito (pontos e “goal score” como visitante).

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