A Liga das Nações (Nations League), segunda maior competição de seleções de futebol da UEFA, poderá não estar ainda totalmente plantada nos corações dos adeptos. Este processo leva tempo, como sucedeu com a novel Taça da Liga que ao fim de 15 anos já se pode considerar consolidada entre os fãs. Até porque a sua natureza presta-se a surpresas e oportunidades, como se viu no Inglaterra-Hungria.
Veja em seguida toda a informação recente sobre a Liga das Nações e as melhores tips para apostar.
Que tipos de apostas na Liga das Nações se podem fazer?
A Nations League funciona como qualquer outra competição de futebol. Em cada jogo, as melhores casas de apostas desportivas apresentam dezenas de mercados.
A começar pelos essenciais (Vencedor do Jogo, Empate Anula Aposta..) até aos mais detalhados (como os mercados de Handicap, Cantos, resultados parciais…). Mas também se pode apostar em mercados de longo prazo, nomeadamente no vencedor de cada grupo da Liga A (o escalão mais elevado da Liga das Nações) e no Vencedor Final.
Performances das principais equipas
Passemos em revista o desempenho, até agora, das equipas teoricamente favoritas para vencer a terceira edição da Liga das Nações (2022/23).
Portugal
A equipa das Quinas oscilou entre a eficácia tranquila e as limitações desinspiradas, nomeadamente contra o mesmo adversário: a Suíça.
Os portugueses empataram a uma bola contra a Espanha (golos de Morata e Ricardo Horta), golearam a Suíça por 4-0 (William Carvalho, Ronaldo x2, Cancelo), bateram a República Checa por 2-0 (Cancelo, Guedes) e perderam com a Suíça por 1-0 (Seferovic).
Portugal está no segundo lugar do Grupo 2, com 7 pontos (menos 1 que a Espanha). Fernando Santos alegou a gestão do plantel para a aparente inconstância de resultados.
Espanha
Também no Grupo 2, além do empate contra Portugal, a Espanha empatou contra a República Checa a duas bolas (Gavi, Martinez; Pesek, Kuchta), venceu a Suíça por 1-0 (Sarabia) e bateu os checos na 4.ª jornada, por 2-0 (Soler, Sarabia).
De acordo com o jornal desportivo espanhol “Marca”, a “Roja” está melhor dos que os próprios adeptos pensam e o treinador Luis Henrique sofre do mesmo que o consagrado Ancellotti: parece que há sempre um “mas”, apesar de os resultados não o justificarem.
A Espanha chegou às meias-finais do Euro, lidera o grupo na Liga das Nações, e congrega um estilo de jogo identificável e consistente. Ainda que o coletivo não apresente grandes estrelas mundiais, vale por si mesmo.
França
No Grupo 1, a França começou por perder com a Dinamarca por 2-1, permitindo uma reviravolta do adversário: Benzema marcou aos 51 minutos, mas Cornelius bisou aos 68 e 88 minutos.
Depois empatou com a Croácia (Rabiot; Kramaric) e com a humilde Áustria (Weimann; Mbappé) para finalmente perder com a Croácia, em casa, por 1-0 (Modric). Os gauleses, campeões em título da competição, estão no último lugar do Grupo 1; logo, em risco de despromoção para a Liga 2, o segundo escalão da competição.
Nos dois últimos jogos, a 22 e 25 de setembro, precisarão das vitórias que ainda não apareceram.
Itália
Colocada no Grupo 3, a Itália empatou 1-1 com a Alemanha (Pellegrini; Kimmich), venceu a Hungria (Barella, Pellegrini; autogolo de Mancini), empatou a zero com a Inglaterra e sofreu uma derrota por 5-2 com a Alemanha na 4ª jornada.
De forma particularmente chocante, os italianos viram-se a perder por 5-0 (Kimmich, Gundogan, Muller, Werner x2) antes de Gnonto e Bastoni aligeirarem a derrota.
Cinco pontos e o terceiro lugar no Grupo demonstram que a Squadra Azzurra continua com muito trabalho pela frente depois de falhar a participação no Mundial do Qatar.
Alemanha
A “Mannschaft” assumiu o papel que os adeptos de futebol portugueses têm vindo a atribuir a Fernando Santos: a consistência no empate.
As três primeiras jornadas trouxeram o já citado empate a uma bola com a Itália, outro com a Inglaterra (Hofmann; Kane) e de novo com a Inglaterra, mas sem golos. Só à quarta jornada, aproveitando o descalabro defensivo italiano, é que os alemães arrecadaram três pontos e se afirmaram no segundo lugar do Grupo.
Últimas edições da Liga das Nações
As duas primeiras edições da Nations League trouxeram resultados bem diversos. Recordemo-las, em linhas gerais.
2018/19
A fase de grupos da primeira edição jogou-se entre setembro e novembro de 2018, com as meias-finais e final a jogarem-se em junho de 2019, adequadamente em Portugal, que viria a ser o vencedor. Ainda na “ressaca” da vitória no Euro 2016, os adeptos portugueses talvez não tenham dado o devido valor a esta nova vitória numa competição oficial da UEFA – mas em retrospetiva será cada vez mais memorável, a menos que a própria competição venha a ser extinta, o que parece improvável.
Nesta primeira edição, os grupos da Liga A (o primeiro escalão da competição) foram compostos por três equipas, sem despromoções à Liga B, mas já com os vencedores dos quatro grupos a apurarem-se para a fase final. Os Países Baixos deixaram para trás a Alemanha e a França na fase de grupos, não surpreendendo que tenham batido a Inglaterra por 3-1 para chegar à final.
Já Portugal superiorizou-se a Itália e Polónia primeiro e à Suíça na meia-final (também por 3-1) antes de vencer os neerlandeses na final jogada no Estádio do Dragão (golo de Gonçalo Guedes aos 60 minutos).
2020/21
Já com grupos de 4 equipas e despromoções na Liga A, esta edição começou com a fase de grupos entre setembro e novembro de 2020, prosseguiu com a fase final em outubro de 2021 e terminou com os play-outs de despromoção já em março de 2022.
No Grupo A3 Portugal e a França foram claramente superiores à Croácia e Suécia, mas a derrota portuguesa por 1-0, somada a um empate, fizeram a diferença a favor dos gauleses.
A França viria a vencer a Bélgica por 3-2 na meia-final e a Espanha por 2-1 numa final memorável. Ao golo de Oyarzabal aos 60 minutos responderam Benzema aos 66 e Mbappé aos 80 minutos. A Espanha havia batido a Itália por 2-1 na outra meia-final.
Como estão os principais jogadores?
Espera-se que os jogadores em melhor forma do momento atual consigam fazer a diferença numa prova oficial. Mas e o cansaço acumulado ao longo da época? Vejamos o desempenho dos principais nomes desta edição da Nations League.
Kylian Mbappé
Mbappé tem sido uma das estrelas do defeso, dada a “novela” em torno de uma possível transferência para o Real Madrid e que envolveu pessoalmente o Presidente da República, Emmanuel Macron. Todavia, não foi propriamente capaz de fazer a diferença, tendo apontado apenas 1 golo nas 3 partidas que jogou, acumulando 162 minutos nas três partidas.
Karim Benzema
O consagradíssimo compatriota de Mbappé, candidato a vencer a Bola de Ouro, claramente acusou o cansaço nesta Nations League. Apesar de ter jogado como titular não substituído em 3 dos 4 jogos, acumulando 270 minutos, concretizou apenas 1 golo.
Erling Haaland
A grande estrela da competição, até ao momento, é o jovem norueguês que acaba de ser anunciado como o grande reforço do Manchester City, que o contratou ao Borussia Dortmund por 60 milhões de euros.
Haaland apontou 5 golos nos 4 jogos que fez ao serviço da Noruega, concretizando ainda uma assistência. Mas importa salientar que Haaland, ao longo da época, e de acordo com o Transfermarkt, fez apenas 23 jogos e jogou 1915 minutos na Bundesliga.
Comparado com os 35 jogos e 3032 minutos de Mbappé na Ligue 1, são menos de dois terços os minutos jogados pelo norueguês em comparação com o francês. Já Benzema jogou 32 jogos e acumulou cerca de 2600 minutos ao longo da época na Ligue 1, aos quais acrescem 1100 minutos em 12 jogos na Liga dos Campeões. É um esforço hercúleo, principalmente considerando a sua idade (34 anos).
Estes números ajudam a pôr a importância desportiva da Liga das Nações em perspetiva!
Cristiano Ronaldo
As performances de CR7 corroboram o que vimos relativamente aos dois avançados franceses. Ronaldo fez 30 jogos ao longo da época da Premier League, acumulando cerca de 2500 minutos, e isso refletiu-se também na performance algo discreta nos três jogos em que participou.
Ainda assim, os dois golos marcados contra a Suíça valeram-lhe uma média razoável de 104 minutos por golo ao longo destas quatro jornadas – e o aumentar para 117 o número de golos ao serviço da seleção.
De Ronaldo pode continuar a esperar-se que surja um golo num momento inesperado ou de modo a resolver uma partida.
Gavi
Dois jogadores menores de idade (ou seja, com a espantosa idade de 17 anos) foram utilizados até agora nesta edição da Nations League. O médio esquerdo Zalán Vancsa alinhou pela Hungria e o médio Gavi pela Espanha, tendo este último claramente impressionado a afición pela garra demonstrada.
Depois de uma época de alto desempenho ao serviço do Barcelona, sem acusar a pressão e fazendo um total de 34 jogos e 2300 minutos (que incluíram 2 golos e 6 assistências), poderemos estar a assistir ao início de um grande nome do futebol desta primeira metade do século XXI.
Kevin de Bruyne
O respeitado médio ofensivo da Bélgica participou em três jogos, ao longo de 235 minutos, e marcou um golo – à Polónia, no jogo em que a defesa polaca esteve “desaparecida em combate”, permitindo aos belgas uma goleada por 6-1.
Também de Bruyne vem de uma época longa, com 2200 minutos e 30 jogos só na Premier League, ao serviço do Manchester City, acrescendo 10 jogos e 735 minutos na Champions.
Lewandowski
O avançado polaco salvou a honra do convento, marcando o golo da Polónia na pesada derrota com a Bélgica. Foi, no entanto, o único golo que marcou nos três jogos em que participou. Mais outro caso de um jogador absolutamente consagrado ao qual se pediu um esforço extra numa fase demasiado avançada de uma longa época futebolística.
Mugosa, Gutkovskis, Dursun
Estes três nomes pouco ou nada dizem à maioria dos adeptos, mas eles são “ex aequo” os segundos melhores marcadores da presente edição da Liga dos Nações, com quatro golos. Mugosa, do Montenegro, joga no Incheon United da liga da Coreia do Sul, cuja temporada corresponde ao ano civil (“grosso modo” de março a novembro), pelo que o desgaste acumulado em junho é bem menor.
Gutkovskis marcou 9 golos durante 29 jogos e 1800 minutos no Raków Częstochowa da liga polaca (terminando em segundo lugar).
Finalmente, Dursun fez 33 jogos e marcou 15 golos ao longo de 1870 minutos na liga da Turquia, ao serviço do Fenerbahce – Jorge Jesus estará certamente a tomar boa nota da performance do seu avançado na Nations League.
Últimas notícias
Modric “protesta”
Apesar da aceitação dos adeptos, a Liga das Nações não é ainda consensual entre os profissionais do desporto. Alguns jogadores e treinadores têm apontado que a “transformação” dos jogos amigáveis ou particulares numa competição oficial exige demasiado dos jogadores. O último foi Modrid, ao protestar (via Twitter) contra a realização de 4 jogos oficiais num período de 10 dias no final de uma época já muito longa.
Países Baixos: única com pontos nos dois dígitos
Ao fim das primeiras 4 jornadas da fase de grupos da Nations League e agora que entramos na pausa de verão, os Países Baixos foram a única equipa a somar pelo menos 10 pontos entre todas as da Liga A.
Os holandeses começaram por vencer a Bélgica por 4-1, depois o País de Gales por 2-1, empataram com a Polónia a duas bolas e por fim repetiram a vitória sobre os galeses, mas agora por 3-2. Ambos os jogos contra o País de Gales foram decididos com um golo para cada equipa no período de descontos.
Dicas e tips gerais
Atenção às variações de odds
Numa competição tão imprevisível como a Nations League se está a revelar, há sempre boas oportunidades à espreita. Isso significa que as odds para o mesmo mercado (nomeadamente de longo prazo) podem variar significativamente entre casas. Por exemplo, para apostar na Alemanha como vencedora do Grupo 3 (Liga A) as casas poderão apresentar odds entre 1,45 e 1,65, ou até maiores.
Cuidado com comentadores mal informados
Num prestigiado portal desportivo brasileiro, um comentador de futebol reagiu aos resultados das principais seleções da Nations League considerando que nenhuma delas “assusta” na preparação para o Campeonato do Mundo, em novembro/dezembro.
É certo que seria o único grande período de treino antes da competição, mas é mesmo necessário relativizar estes jogos, mesmo sendo oficiais. O cansaço dos jogadores e a necessidade de operar experiências fazem com que, para os adeptos, o referencial da Nations League para o Mundial do Qatar seja reduzido.
Atenção às duas últimas jornadas
Em linha com a tip anterior, as duas últimas jornadas da fase de grupos da Nations League serão radicalmente diferentes. Os jogadores já terão beneficiado do defeso para repousar e estarão em máxima forma a meio da época. As equipas assumirão esquemas táticos mais próximos do máximo idealizado pelos seus treinadores. Assim, as estatísticas destas 4 jornadas poderão não ser tão relevantes como esperado.
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